"A qualidade de cores de um determinado filme é o que faz uma estética única"




O nosso novo entrevistado é João Jasco, de Curitiba. Ele tem 33 anos e é formado em design gráfico pela Unicuritiba e UTFPR. Atualmente trabalha como freelancer em design e às vezes com fotografia. É viciado em filmes exploitations no estilo Tarantino e Robert Rodriguez e é consumidor de HQs desde os primeiros anos de alfabetização.



35mmag -  Como iniciou na fotografia, e porque escolheu a fotografia analógica?
Sempre pensei em fotografar, mas o primeiro contato mesmo foi na faculdade, na Unicuritiba havia um estúdio bacana e também um laboratório onde aprendia a revelar filmes PBs e também ampliar os negativos. Desde então não parei, de cara encontrei no ML um sujeito vendendo uma Canon EOS eletrônica muito fácil de utilizar, junto com tanques de revelação.

Vários fatores me levam a utilizar o filme, primeiramente é um processo mágico onde você não tem o controle absoluto do processo, as vezes tu buscar as fotos no lab e estão incríveis, em outras vezes não muito boas porque você testou um novo equipamento. Outra coisa é porque é possível encontrar máquinas e lentes antigas de excelente qualidade, superiores às atuais e com um custo muito mais acessível. O principal, é que a qualidade de cores de um determinado filme, é o que faz uma estética única.  

35mmag - Quem te inspira?
Sou fã de alguns fotógrafos mais “transgressores” como Robert Mapplethorpe, Larry Clark, Andy Warhol. Também os trabalhos documentais de fotógrafos da National Geographic como Matthieu Paley, Steve McCurry. E na internet tem muita coisa (Flickr) como Tamara Lichtenstein, la Fille Renne.


35mmag - Suas fotografias tem um estilo específico? Como você as define?
Não sei se tenho já tenho uma linguagem específica, estou aprendendo, gosto de fazer retratos indoor com as luz ambiente e de janela, tentar equilibrar as cores com que está disponível no ambiente.


35mmag - O que você mais gosta de fotografar?
Gosto de fotografar pessoas, retratos (posados ou roubados),  fotografia de rua, o espaço urbano, a arquitetura e as pessoas ocupando estes ambientes. Sempre quando vejo fotos deste tipo na internet, outras cidades e países, fico imaginando como é a vida nesses locais e o seu cotidiano, logo quero que as pessoas distantes tenham a mesma reflexão sobre minhas fotos.


35mmag - Conte-nos experiências marcantes durante os trabalhos.
Sempre que se está fotografando pela ruas se chama a atenção, pessoas olham com uma certa curiosidade, principalmente com máquinas visivelmente mais antigas, mas acho que no fundo todo mundo gostaria de ser fotografado, tipo ninguém ficou bravo ou me negou uma fotos, inclusive já fiz amizades e rendeu conversas. Somente uma vez estava fotografando um velho hotel no centro e uma garota de programa ficou preocupada, tive que explicar que meu interesse era apenas com o prédio, que não era polícia nem jornalista.


35mmag - Se quiser compartilhar algum livro, site, revista, flickr ou trabalho que tu curte, deixe aqui. :)
Como disse eu gosto de acompanhar a National Geographic, basta seguir conta do Instagram que tem muitos fotógrafos. Além do mais, tem o guiada de fotografia que é reeditado todos o anos, desde fundamentos básicos a técnicas mais avançadas.

Um livro excelente sobre história da fotografia, que é uma baita referência, é Photography: The Whole History, que aqui foi lançado como Tudo Sobre Fotografia, mas é um livro de história que abrange desde os primórdios, com as primeiras experiências na Inglaterra e França.


Tem a coleção do Ansel Adams - A Câmera, O Negativo, A Cópia. Para quem quer fotografar analógico é fundamental.

Flickr

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